As férias chegaram. Com isso, arrumei minha mala e embarquei naquele ônibus, trepidei por aquelas estradas abandonadas por Jaques... finalmente cheguei no meu habitat natural, meu habitat selvagem e pude gritar: lar doce lar!
À noite, eu estava ali, no rolé, sem camisa e sem calçado como um selvagem nativo, percebi que um rapaz com uma camisa escrita “orientador” vinha até a mim com sua magrela, olhou-me da cintura à cabeça e lançou-me uma pergunta um tanto engraçada: Quem é você? Olhei para ele como minha cara de paisagem, esbocei um meio sorriso e pensei: Esse aprendiz de miliciano chega aqui um dia e vem me perguntando quem sou eu?! Corri pelas antigas taboas e depois corri pelos becos durante minha infância toda e ele vem me perguntando quem sou eu?! Eu estava indignado por dentro e soltei pra fora: “Quem sou eu?! Eu vivi minha vida toda aqui.” Eu estava indignado, mas só falei isso num tom macio e sem violência. Ele, então me olhou mais uma vez e balançou a cabeça como se estivesse entendido o recado.
Até hoje eu fico pensando, aquele orientador só podia estar de sacanagem pra perguntar uma coisa absurda daquela. Lembrei agora do lema da tal empresa (risos) de segurança: “Segurança com tranquilidade.”
21/12/2013 14h40min
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