A arte de amar, de Ovídio (43 a.C. – 18 d.C.) é uma obra escrita e publicada
originalmente entre os séculos I a.C. e I d.C. é dividida em três livros, no
qual os dois primeiros propõem continuidade, são essencialmente escritos para
os homens, em que o primeiro aconselha como se aproximar e atrair a amada,
quais locais propícios para a “caça”, como a em qual velocidade a “carruagem”
deve correr, assim explicando quais comportamentos iniciais para serem tomados
pelo homem nesta “caçada”.
No segundo livro, reforça alguns
ensinamentos expostos no primeiro e foca na conquista e permanência do amor da
dama que já está ao seu lado, mantendo a “presa” sob seus domínios. Orientando
que o homem ceda diante duma mulher pouco afetuosa para que ganhe, que tenha
mais perseverança e paciência, pois o “porto” ainda está longe e os leitores
pupilos estão “no meio do mar”.
Já no terceiro livro, chega a vez
de dar “as armas” às mulheres, mesmo que com essas as “Amazonas” o fira. Seu
poema terceiro é dedicado a como as mulheres devem se comportar para serem
amadas e conquistarem seus amantes, metade deste último escrito trata de
aspectos relacionados a beleza física e outra metade ao comportamento em
diversos espaços, inclusive no leito. Sobretudo sobre o penteado, roupa e
maquiagem, além de outras dicas de como disfarçar as “imperfeições”, já no
quesito comportamento a dissimulação aparece como conselho em diversos
momentos, o modo da expressão facial, evitar certos “tipos de homem” e
readaptar seus conselhos a mulher que é, pois são bem diversas e só conhecendo
a si para ter prazer e ser amada.
Passado esse momento de breve
resumo da obra em questão, vamos apresentar alguns aspectos bem presentes em toda
esta obra, claro, de maneira sucinta, visto que aqui não se busca um estudo
aprofundado sobre estes escritos. Assim explicado, vamos às características
recorrentes e gerais que perfilam todo o manual-poema.
As metáforas e outras figuras de
linguagem, figuras porque constroem imagens em nossas mentes, portanto,
constroem vários sentidos/significados (que extrapolam o sentido literal),
maioria das figuras de linguagem elaboradas são de origem dos reinos natureza,
sobretudo dos pares do reino animal e da relação presa e predador, além de metaforizar
o homem como caçador e mulher como presa nos dois primeiros livros.
Ainda se tratando das figuras de
linguagem dos reinos da natureza, mas agora se tratando do reino vegetal, em um
plano menor, Ovídio atribui aos locais onde procurar mulheres aos locais de
plantio e fertilidade. Em um plano menor também faz algumas metáforas com o
mar, suas intempéries e boas previsões, neste aspecto, fazendo alusão aos
momentos propícios ou não para chegar até a mulher desejada. Há também dois
tipos de metáforas bem presentes que são o da carruagem e das naus, nas quais
fazem referência ao itinerário a ser e como ser percorrido no jogo do amor.
Seus exemplos retirados da
mitologia e de histórias romanescas (mesmo que algumas façam parte de cultura
grega, já que os romanos absorveram e se apropriaram de diversos aspectos desta
cultura) são utilizados para embasar/respaldar/concretizar as suas afirmações.
Seus conselhos são “verdades” e são bem fundamentados, pois os grandes deuses e
figuras imortais já passaram por acontecimentos parecidos e as saídas são as
que Ovídio cita.
A arte de amar, é pois o jogo do
amor, quais métodos a serem adotados e em quais circunstâncias. No jogo (arte)
de amar de Ovídio vale muita coisa, a dissimulação, pegar nos seios, nas
pernas, esconder as imperfeições, exaltar e reprimir os desejos. Sua arte de
amar atravessou gerações e bem ou mal a cada verso desta obra de alguma forma
ainda está impressa no modo homem e no modo mulher construído em nossa
sociedade atual.
15h30min 03/05/2016
15h30min 03/05/2016
COLOSSAL
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Obrigado, Find!
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